A última vez que abri um livro com dedicatória fiquei putíssima! Quase arranquei a folha do livro de tão mentirosa que era a dedicatória. Juro que se ela não estivesse lá, teria dado o livro de presente para a Grazi que colocou ele na lista de presentes de aniversário dela. Mas a merda da dedicatória mentirosa está lá e ela não merece ter que conviver com ela. Tão pouco posso lançar o livro pela janela. Ele seria capaz de dar um TCE fácil. Então, ficam a merda do livro e da sua dedicatória idiota ocupando espaço na minha prateleira.
Ontem, quando cheguei, ligeiramente embriagada, de madrugada, decidi pegar um livro na minha estante e, é claro, tinha uma dedicatória!
Pelo menos essa era boa e era de verdade. Eu e Carol ficamos, durante uma boa época, enlouquecidas com a
Tati Bernardi e a Carol me deu o livro. E a dedicatória é fofa.
Lembro que nessa época a gente tava achando grande parte da vida uma merda. E que tinha tanta coisa dando errado... Não que as coisas ficaram melhores desde então (na verdade, durante um tempo ficou tudo muuuuuito pior, pras duas, rs), mas a gente deu um jeito...
Suportamos quase tudo: amores vencidos, amores cretinos, amores perdidos. Problemas financeiros, problemas familiares, problemas com o guarda-roupa e problemas com a balança.
Ainda acho que estou no filme do dia da mormota. Aliás, ultimamente, cada dia está mais marmota do que o outro. Concordo, estamos cada dia mais belas, mais bem vestidas (e, consequentemente, mais pobres) e mais divertidas.
Aprendemos a lidar um pouco melhor com o caos, a pagar o nosso PF (que esta cada vez mais caro). Ainda não conseguimos aprender a não cair em contatinho. Mas sempre temos uma a outra. Com certeza.
Desde que a Carol foi embora, eu tenho esse vazio enorme no peito porque morro de saudades de tudo que a gente passou juntas e que, agora a gente tem que passar separadas. O telefone ajuda. Mas tem dias que ela recebe mensagens deseperadas e telefonemas que tem mais choro e soluço do que palavras. E isso também acontece de madrugada. Gente bêbada perde o fuso horário, rs.
Bem, esse texto todo é na verdade, uma dedicatória. Uma dedicatória para essa pessoa que eu amo horrores, que é minha irmã, que me escuta chorando muitas vezes, que entende minhas merdas, por quem eu daria o fígado, o rim, o coração. Te amo muito.