.:: o fantástico destino de lady mi - parte 3 ::.

"Posso escolher entre ser constantemente ativa e feliz ou introspectivamente passiva e triste. Ou posso ficar louca, ricocheteando no meio" Sylvia Plath

quarta-feira, março 29, 2006

As coisas na minha vida acontecem de maneira tão confusa que eu estou a ponto de acreditar numa conspiração. Por que é sempre tudo ao mesmo tempo agora?
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Nasceu minha sobrinha: linda, cabeludinha, bochechuda e da perna grossa. uma princesinha que não poderia ter outro nome: Mariana.
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Lav´s, acredito que o meu casamento tenha sido sublimado pelo sistema...

sábado, março 25, 2006

I get home from work and you're still standing in your dressing gown
Well what am I to do?
I know all the things around your head and what they do to you
What are we coming to?
What are we gonna do?
Blame it on the black star
Blame it on the falling sky
Blame it on the satellite that beams me home
The troubled words of a troubled mind
I try to understand what is eating you
I try to stay awake but its 58 hours since that I last slept with you
What are we coming to?
I just don't know anymore
Blame it on the black star
Blame it on the falling sky
Blame it on the satellite that beams me home
I get on the train and I just stand about now that I don't think of you
I keep falling over
I keep passing out when I see a face like you
What am I coming to?
I'm gonna melt down
Blame it on the black star
Blame it on the falling sky
Blame it on the satellite that beams me home
This is killing me
This is killing me

Black Star - Radiohead

quarta-feira, março 22, 2006

Restos mortais da "balada" em Bordeaux






São fatos:
1º) Não se deve fazer compras quando o vendedor te oferece champagne;
2º) Não se deve dirigir bebunzinha porque se bate o carro burramente;
3º) Sem comentários sobre ligações de gente bebunzinha;
4º) Não se deve assistir a aula bêbada, porque tudo fica muito engraçado, é difícil segurar o riso e ainda dá um soninho.
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Acabei de encontrar o homem da minha vida: ele é lindo, inteligente e FAZ BOLSAS!!!!! Perfeito!!!

terça-feira, março 21, 2006

"não sentem, porque haveriam de sentir?"
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não, não mudei de idéia.
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mas a garrafa de vodka já está bem no finzinho...
Uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida foi tentar me acostumar com coisas que eu não quero me acostumar. Que merda de vida é essa em que não só se tem que conviver com as pessoas, situações e fuderolas mais absurdas, mas também tem que se abrir mão a todo o momento das coisas que mais gostamos?
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Cerveja na segunda? Não pode!
Ficar com o cara que você gosta? Não pode!
Matar serviço porque você está deprimida? Não pode de jeito nenhum!
Cortar os pulsos em X? Nem pensar...
Mas assistir uma aula com um fofo falando de Balenciaga enquanto uma vovolita gorducha faz perguntas estúpidas? Ah, isso pode!!!!
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Merdinha de mundo FUDIDO!!!
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::.Ele: o homem da sua vida
Será na primavera. Ele: o homem da sua vida, estará ao seu lado. A lua estará cheia, sorrindo, a brisa fará seus cabelos voarem, seu hálito será fresco e você não terá espinhas.
Você cresce pensando nisso. Você é educada para Ele. Aquele que será o homem da sua vida. E você espera por Ele, assim como sua bisavó esperou. Sua avó esperou. Sua mãe esperou.
Aí você o encontra. Ele: o homem da sua vida. E agora, você acha que tudo vai ser belo e florido e que vocês correrão por um canteiro de margaridas com uma echarpe esvoaçando ao ventinho? Se enganou, espertinha. A merda toda irá sair bem daí, dessa sua cabecinha de pobre que estava esperando por Ele: o homem da sua vida. Você, você mesma, após toda essa maldita espera, é quem vai acabar fodendo com tudo e enxotando Ele: o homem da sua vida. Você, mimosa, fará com que Ele a odeie com todos os átomos do corpo.
Selecionamos algumas fórmulas para ajudar você, amiga, a estragar sua existência e afastar Ele: o homem da sua vida, para toda a eternidade.
Ele: o homem da sua vida, é perfeito. Sim, existe perfeição, e ela caminha, respira, lê, fala francês e chora de culta, além de ter piadas melhores do que as suas. Cada dia que passa vocês se amam mais e mais. Vocês nunca desgrudam. Tudo é lindo. Você acorda nas nuvens e vê Ele: o homem da sua vida sorrindo, sexy e lânguido, todos os dias. Nada poderia ser melhor. Porém, PORÉM, existe lá fora todo um mundo. E este mundo está repleto de gente querendo dar, principalmente pra você, que é muito legal. E você, você mesma, minha garotinha, você é uma tola e vai acabar sucumbindo. E alguém verá você sucumbindo e irá correndo fazer fofoca para Ele: o homem da sua vida, que imediatamente dará um belo pé na sua bunda e você ficará arrasada. Você chorará noites e noites, dias e dias, você perderá o brilho, os cabelos, o sono, os dentes, a dignidade e dez quilos. Você implorará por uma chance, uma única chancezinha, mas ele a ignorará tacitamente e você será infeliz para o resto de seus dias. Você será uma velha recalcada e amargurada. Você será o exemplo de mulher que não foi feliz na sua família. As mais jovens a olharão com um misto de pena e repulsa. Você terá uma úlcera e calvície. Você terá varizes e usará corega na sua dentadura. Você terá problemas hormonais e muitos pêlos no rosto. E um dia, quando você estiver caminhando no parque -ordens médicas, você precisa sair da frente do computador-, Ele: o homem da sua vida passará de braços dados com uma senhora da sua idade, mas inteiraça. Ele pedirá licença, porque você anda muito devagar devido ao reumatismo, olhará nos seus olhos, sorrirá e agradecerá. Ele, minha amada, não a reconhecerá. E dentro de quatro dias você morrerá sozinha, decadente, no escuro de seu apartamento mofado na Av. Cavalhada, engasgada com uma broa de milho vencida. E ninguém lembrará de você.

Clarah Averbuck

terça-feira, março 14, 2006

Terça-feira da revolta

Um dia tudo acaba. Máxima verdadeira da humanidade e das coisas mais belas desse mundo. Um dia, no meio do caos, acaba. Acaba a dor, acaba a insônia, acaba a vontade de cortar os pulsos em x. Acaba também a vontade de tomar lexotan (esses que já acabaram numa tentativa de se acabar com tudo).
Acaba o choro no travesseiro atravessando as madrugadas. E também os porres sem fim, os cigarros sem filtro, o cartão de crédito estourado.
Acaba aquela interminável conversa que não leva a lugar nenhum.
Acabam a pomba-gira, a baiana e o exu da meia-noite.
Acaba a garrafa de vodka escondida no armário.
O Iggy Pop canta Candy baixinho no seu ouvido e você agradece um milhão de vezes por aquele seu amigo ter te gravado o Arcade Fire antes do fim de tudo. Porque agora você pode ouvir "Rebellion (Lies)" no volume mais alto e pular pular pular... de verdade.
Um dia tudo acaba. As mentiras/verdades acabam. Porque se foi verdade que bom (será?), se foi mentira, bem, paciência. Na verdade, pouco importa, porque agora tudo acabou.
Um dia tudo acaba. Tudo aquilo que por um grande período de tempo você acreditou que era muuuuito importante, é, não era.
Mas acaba. Ainda bem, que acaba.
Um dia tudo acaba. Acaba a esperança. Acaba a confiança. Acaba a amizade. Acaba o amor.
Fica o abraço do amigo que também quer colo, a cerveja gelada com as mais que irmãs. Fica o novo que já está batendo na porta insistentimente há algum tempo, mas que não se tinha coragem de deixar entrar.
Mas você, você não fica mais.
Porque um dia tudo acaba.
Farsa

Entre todos os habitantes alfabetizados do planeta Terra, há um que é o menos indicado para escrever esta coluna às leitoras da revista. Sou eu. Entre todas as pessoas (do planeta), há uma que é a última com quem alguém saudável deveria conviver. Sou eu. Entre todos, há um indivíduo cujos pensamentos são os mais impróprios e fora de lugar. Eu. Entre nós, há um cujo apreço à melancolia, a hábitos reprováveis e a dentes malcuidados que chamam a atenção. Entre vocês, ninguém tão infame. Entre eles, um oceano de superioridade.
Entre eles, alguém paciente, organizado, diletante nas tarefas domésticas, voluntarioso para subir em escadas e furar paredes. Entre eles, um espírito prático e criativo, proativo, pré-lavado e aprovado. Entre eles, um homem verdadeiramente puro e bom, de sorriso aberto, um poeta (sem metafísica) honrado e merecedor. Um homem de valores (e braços) fortes. Um homem com crédito (e nome) na praça. Um homem fértil (e viril). Um homem de ação, de bem, de confiança, da lei, de Deus, de empresa, de espírito, de Estado, de esportes, de família, de letras, de negócios, da medicina, de palavra, de pulso, de sociedade, do mundo. Entre todos eles, não eu. A distância física e imaterial entre eles (o próximo, o último, todos) e mim (eu, que não sou eles) cresce cada vez mais. Nossas diferenças aumentam e a separação entre nós ruma à irreversibilidade total, ao ponto de não-retorno – quando eu jamais poderei sequer cogitar a hipótese de sê-los.
Numa certa manhã (não tardará) vou acordar com o pensamento estampado em todos os meus olhares: eu jamais os serei. E vou me sentir como se estivesse me libertando de um julgo implacável. E em júbilo vou rir e pular e rabiscar com as unhas pelas paredes do mundo: sou mau. Sou desprezível e nada do que tive mereço. E vou escrever, às golfadas: não tenho alma, meu deus é o tempo. E no meu tempo (no tempo do meu deus) não há amanhã e não há ontem. Não tenho culpa, não tenho família e não tenho amor. Só tenho o vazio e um fiapo de mim mesmo. E vou abraçar o vazio com força, e vou me costurar pelas noites. E vou correr pelo mundo com lágrimas de desespero escorrendo pelo corpo. Como uma pele que se liquefaz.
Até que alguém entre nós (eu que não sou eles, vocês que não me são) descubra meu grande segredo (sou infame, imprestável, jamais os serei etc.), continuarei enganando todos (não só as leitoras) como: um agente russo infiltrado (barbas ruivas postiças), ou um palhaço que é triste (cerveja com Steinhaeger), ou um padre apaixonado pela viúva (rezando a missa de sétimo dia), enfim, como alguém que não é o que deveria ser, como alguém que não é, em absoluto. Até que descubram (alguém entre nós), o vinho será doce e gelado (entre nós), e o mundo abrirá suas portas aos nossos pés, e os cachorros abrirão sorrisos e nos estenderão orquídeas amarelas, e a nossa sinfonia não vai parar de rolar, sinos ressoando por dentro do meu ouvido esquerdo, dando voltas no labirinto das minhas lembranças, nossas esquinas, seus seios em concha nas minhas mãos, estrelas caindo do céu nos seus ombros, constelações derramadas na sua pele, confetes arremessados por anjos aflitos numa confeitaria antiga onde senhores de terno de risca assistem calados ao nosso último e desajeitado tango em Buenos Aires – a ubiqüidade do seu rosto e a eternidade de nós dois.

João Paulo Cuenca

terça-feira, março 07, 2006

Pois afinal, o melhor e o pior das pessoas aparece nos momentos de bebunzice...