.:: o fantástico destino de lady mi - parte 3 ::.

"Posso escolher entre ser constantemente ativa e feliz ou introspectivamente passiva e triste. Ou posso ficar louca, ricocheteando no meio" Sylvia Plath

terça-feira, março 14, 2006

Terça-feira da revolta

Um dia tudo acaba. Máxima verdadeira da humanidade e das coisas mais belas desse mundo. Um dia, no meio do caos, acaba. Acaba a dor, acaba a insônia, acaba a vontade de cortar os pulsos em x. Acaba também a vontade de tomar lexotan (esses que já acabaram numa tentativa de se acabar com tudo).
Acaba o choro no travesseiro atravessando as madrugadas. E também os porres sem fim, os cigarros sem filtro, o cartão de crédito estourado.
Acaba aquela interminável conversa que não leva a lugar nenhum.
Acabam a pomba-gira, a baiana e o exu da meia-noite.
Acaba a garrafa de vodka escondida no armário.
O Iggy Pop canta Candy baixinho no seu ouvido e você agradece um milhão de vezes por aquele seu amigo ter te gravado o Arcade Fire antes do fim de tudo. Porque agora você pode ouvir "Rebellion (Lies)" no volume mais alto e pular pular pular... de verdade.
Um dia tudo acaba. As mentiras/verdades acabam. Porque se foi verdade que bom (será?), se foi mentira, bem, paciência. Na verdade, pouco importa, porque agora tudo acabou.
Um dia tudo acaba. Tudo aquilo que por um grande período de tempo você acreditou que era muuuuito importante, é, não era.
Mas acaba. Ainda bem, que acaba.
Um dia tudo acaba. Acaba a esperança. Acaba a confiança. Acaba a amizade. Acaba o amor.
Fica o abraço do amigo que também quer colo, a cerveja gelada com as mais que irmãs. Fica o novo que já está batendo na porta insistentimente há algum tempo, mas que não se tinha coragem de deixar entrar.
Mas você, você não fica mais.
Porque um dia tudo acaba.