.:: o fantástico destino de lady mi - parte 3 ::.

"Posso escolher entre ser constantemente ativa e feliz ou introspectivamente passiva e triste. Ou posso ficar louca, ricocheteando no meio" Sylvia Plath

terça-feira, outubro 06, 2009

Sex and the city

Tenho dormido muito pouco nesses últimos dias.

Primeiro foi o incômodo da retirada dos sisos e o fato de ter que dormir com travesseiros altos (eu gosto de dormir com muitos travesseiros, mas espalhados pela cama, para não me sentir sozinha e não um em cima do outro me dando dores no pescoço).

Depois a preocupação/angústia com as coisas que tenho que terminar de resolver para a viagem. Um monte de coisa da vida adulta que está me deixando tão perdida quanto um personagem de Lost.

Agora, é o meu armário. Ontem, perdi meu sono olhando para o meu armário e pensando em tudo o que vou deixar para trás.

Acho que já era pouco mais de uma da manhã e, enquanto não dormia e pensava, fiquei assistindo Sex and the city (o filme) na HBO. Pode parecer bobo ( e, é claro que, de mim, com certeza pode-se esperar algo muito bobo), esse filme me ajudou muito numa época terrível. Quem não viu o filme pode parar de ler agora. Porque eu vou contar detalhes.

Quando Carrie é largada no altar (com aquele vestido deslumbre e um passarinho ridículo no cabelo) pelo Mr. Big, amor de toda vida dela, que durante 10 anos fez a mocinha penar (sendo muuuuuito babaca) e que, no começo do filme já faz merda, lembrei de mim.

Não, não fui largada no altar (pior, fui largada na porta da Obra, uma pobreza). Mas já fui largada várias vezes. Já passei por vários problemas que ela passou com ele no seriado (mulher é tudo igual ou homem que sempre usa o mesmo repertório?). Também passei meus oito anos sonhando com meu Mr. Big e o dia que ele iria conseguir me assumir. E isso, como todos sabemos, só acontece em filme ou seriado norte-americano. Aqui, no Brasil, Minas Gerais, Belo Horizonte, na porta da Obra, isso não acontece jamais!

Nenhum outro foi Mr. Big, assim, como no seriado, mas também não posso tecer elogios à todos. Porque sorte nesse departamento eu nunca tive (deve ser porque eu já ganhei o presente divino de nunca ter ressaca - uma coisa compensa a outra).

Em compensação, meu Mr. Big, apesar de ser um completo perdido e, às vezes, um completo estúpido, é a pessoa que mais amo no mundo e um amigo muito querido.

Na sua "lua-de-mel" com as amigas, quando Carrie entra no banheiro, tira seus olhos escuros e se olha no espelho, também era eu. Minha cara ficou assim, como se tivessem destruido tudo o que eu tenho por dentro, várias vezes. Assim como ela, fiquei várias vezes na cama, no escuro, sem comer. Querendo morrer cada dia um pouquinho para não ter que encarar o meu sofrimento. E eu sou daquelas que sofre meeeesmo!!!

Achei que nunca mais ia voltar a achar as coisas engraçadas, confiar em alguém ou abrir meu coração sem receio. Mas é claro que estava enganada...

Essas duas lições foram muito difíceis de aprender: que eu mereço algo melhor que os tipos Mr. Big e que eu não devo sofrer por eles. Não do jeito que eu me permitia. Prometi para mim mesma que, depois do que me aconteceu no começo do ano, nunca mais ia permitir que alguém me magoasse de tal maneira.

E também decidi mudar minha vida completamente. E não é por causa de homem, por causa de família, por causa de trabalho ou porque essa cidade é uma bosta (okay, BH me enche o saco). É por mim! É porque eu quero uma vida nova só para mim. Sem essa bobajada toda de "ex-amiga", "ex-namorado", "ex-lugar legal", "ex-whatfuckingever". Eu quero tudo só meu e de mais ninguém. E sem absolutamente nada que me incomode.

Mas, voltando ao filme, vendo Carrie e suas amigas fazendo montes de coisas juntas, percebi que vou deixar grandes amigas(os) para trás. Amigas(os) que salvaram minha vida. Amigas(os) que eu nem sei como agradecer...

Não vou ter a Qel me ligando todo dia para saber se eu estou bem ou me levando para qualquer lugar bem longe dos meus problemas. Além dos seus conselhos que sempre me acalmam. Sem falar nas roubadas que nos metemos.

Não vou ter a Grazi, suas divertidas estórias, sua companhia que sempre me alegra e seus convites para cerveja no meio da tarde pra fofocar sobre trabalho e homens (e muita bobagem).

Não vou ter minha irmã Carol querida, que prefere ir para a Angola ou Argélia (nem me lembro mais que lugar que era)do que ir para Paris. E que mesmo estando já longe em Sampa, está sempre por perto.

Não vou ter a Deinha e nossas maluquices no shopping, uma amiga que gosta tanto como eu de fazer compras (mas acho que ela só me leva porque é muito indecisa e precisa de ajuda, rs). Também não vou poder contar com ela para dançar na Obra e nem para conversar durante o "expediente".

Carla, amor da minha vida, que salvou a minha... Não vou participar mais dos seus jantares fabulosos, das nossas maluquices de bebidas e vou sentir uma falta imensa de ouvir a sua voz quando conversamos sobre os nossos dramas... Amiga, e o pior, vou morrer de fome, rs!

Lau, minha amiga quase fantasma, que eu vejo tão pouco, mas que isso não diminui em nada o tamanho do amor que sentimos uma pela outra. E a cumplicidade do "quem paga seu PF" que só a gente tem.

Não vou ter Selminha, minha amiga recente que me ensinou montes de coisas e que me diverte tanto que eu até esqueço dos meus problemas! E que compartilha comigo o gosto pelos mocinhos do Audioslave!!!

Tem os amigos que amo muito muito e que, infelizmente, a gente já não se vê mais com tanta frequência: KK, Lola, Yolanda, Dingoh, Hellen, James, Carminha, Marcela, Leo, Tati, Lessa, Joana, Thales, Xuxu, Lívia (essa eu pego na Espanha), Lucy ... a lista é grande...

E realmente não sei o que vou fazer sem o Drum em Paris!!! Eu não sou ninguém sem ele!!! Ele é meu amigo, meu irmão, meu confidente, meu colega de copo... Acho que você vai ter que vender um quarto do seu apartamento e ir comigo!

Pedro, não sei nem o que dizer sobre não ter você por perto...

Tenho vontade de levar todo mundo comigo...

Agora que estou indo, estou conhecendo tantas pessoas maravilhosas, diariamente, e que eu não quero deixar pra trás (ainda bem que temos Skype, Facebook e Messenger)... como a Mika, nova amiga fofa que também gosta de esmaltes engraçadinhos!

Me parece tão injusto: quando eu decido que cansei de ser quem eu sou aqui e de tudo o que eu tenho aqui, sou presenteada com mais amigos, mais sorrisos, mais mãos estendidas e mais drinks no cardápio do La Tosqueria (essa, Sr. Gustavo, magoou! Vou tentar imitar todos os drinks nas minhas festinhas. inclusive o Audácia de Pilombeta).

Por outro lado, também já estou fazendo novos amigos maravilhosos do lado de lá, como o Jacques, o Boris, a Marina, o Laurindo e o Felipe. Além do pessoal de Bordeaux. E, é claro, meus dois amores: Davide e Leila (que tem uma capacidade incrível de sempre salvar minha pele, fico impressionada, rs).

O que eu queria dizer, com esse post confuso, é que, como eu disse há alguns dias:

1) Encontrei com alguns de vocês recentemente e tenho que confessar: chego em casa com os olhos cheio d´àgua e a certeza absoluta de que vou MORRER de saudades de vocês!!!! Então, pleeeeease: webcam, microfones e Skype, ok?!

2) Alguns de vocês eu encontro super pouco (uma das minhas melhores e mais amadas amigas, se eu encontro duas vezes no ano, foi porque tive muita sorte), mas isso não diminuiu meu amor por vocês!!! E é lógico que EU VOU MORRER DE SAUDADES DE VOCÊS TAMBÉM!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Claro que vai ter despedida antes, então, não se preocupem!!! Todo mundo vai poder chorar todo o amor por mim!!! E eu vou poder chorar por vocês!!! Mas é tudo felicidade, gente!!!!

(e o Sex and the city me lembrou ontem de madrugada que isso é o que mais importa na vida: grandes e bons amigos)

1 Comments:

  • At 2:47 AM, Anonymous Lola said…

    Você não sabe a falta que vai fazer... É aquela coisa: mesmo longe, acompanho teus passos sempre que posso... e sei que logo logo a gente se encontra...

    Mas estou feliz por você. Imagino que esta viagem será fenomenal... e desejo muita muita sorte nesse caminho.


    beijos sumidos.

     

Postar um comentário

<< Home