.:: o fantástico destino de lady mi - parte 3 ::.

"Posso escolher entre ser constantemente ativa e feliz ou introspectivamente passiva e triste. Ou posso ficar louca, ricocheteando no meio" Sylvia Plath

sexta-feira, abril 04, 2008

Quinta tentativa de escrever um texto realmente decente e não uma pequena nota nesse blog esquecido.
Ontem à noite, lendo uma das minhas melhores amigas, tive um monte de idéias. Que, com o rivotril diário, desapareceram no lençol.
O que se esperar de uma pessoa que passa as noites lendo os diários da Sylvia Plath com marca-texto?!
Que decide quebrar o cartão de crédito no mesmo dia que recebe um aumento?
E que faz apostas e acordos sobre consumo???
Talvez tenha enlouquecido...
Talvez tenha somente voltado a ser quem eu era...
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Há quatro anos que, toda vez que o Zé ou o Bruno tocam, peço pra eles colocarem uma música do Weezer que eu adoro (no caso, The good life).
Agradeço aos dois por todo esse tempo nunca terem me mandado ir a merda por sempre pedir a mesma música.
Era um ato desesperado de me encontrar se eu cantasse "It's time I got back to the good life/It's time I got back, it's time I got back/And I don't even know how I got off the track/I wanna go back, yeah!".
Mas é óbvio que as coisas não se resolvem cantando no fim de noite da Obra (aliás, é nessas horas que elas se complicam). E eu sabia muito bem quando saí da linha e porque estava na lama.
Mas, um dia, um belo dia (para registro, dia 28/07/2007), eu decidi que nada mais ia ser desse jeito. Era o "my way or the higway". E esse foi o melhor presente de aniversário que eu pude dar a mim mesma.
Peguei meu coração partido em zilhões de pedacinhos (não só por causa de um cara, mas também por causa de amigos) e resolvi juntar, como num quebra-cabeça, com super bonder, todos eles. Deu certo (vez ou outra, fico meio com o pé atrás, mas também depois de tantos pés na bunda...).
Hoje sei quem são os meus amigos de verdade (independente do quão presente eles conseguem estar na minha vida), sei o que é ter um namoro de verdade, uma família de verdade e eu sei ser de verdade!
Acordo, me olho no espelho e vejo exatamente a pessoa que eu sou. Não aquele capeta-pomba-gira de cinco anos atrás!
E isso é ótimo!!!
É ótimo saber que:
- eu tenho uma amiga que me ensina a cozinhar, porque desde que virei vegetariana, eu mesma estou fazendo minha comida; e que, mesmo passando por um momento difícil, ela pára um pouco pra responder minhas perguntas idiotas sobre onde achar as coisas ou qual o ponto certo da abobrinha;
- que eu posso sair na rua, encontrar pessoas que me conheceram quando eu estava mal e surpreendê-las mostrando que eu sou uma pessoa legal;
- que sentar no chão da Praça do Papa pra fumar um cigarro, conversar um pouquinho e pegar umas gotinhas de chuva, às vezes é tudo o que você e a sua amiga precisam;
- que mesmo longe, algumas amigas continuam te controlando (no bom sentido);
- que uma amiga compartilha o mesmo sonho que você e, quem sabe, isso não dá futuro?!
- que se eu tomar um porre num casamento (fato), eu não vou ser largada na portaria do prédio, e sim levada até a porta da minha casa;
- e que alguém realmente quer fazer parte dessas coisas da minha vida: casamento de amigo, festa de irmão, almoço na casa da avó;
- e que você também quer fazer isso por ele;
- e que, aos 27 anos, eu já tenho que procurar meu apartamento, saber cozinhar e cuidar de mim mesma e ainda tentar entender de previdência privada e de imposto de renda. E que isso é bom!
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Hoje não tenho vontade de olhar pra trás. Porque o "pra frente" é ótimo.

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