.:: o fantástico destino de lady mi - parte 3 ::.

"Posso escolher entre ser constantemente ativa e feliz ou introspectivamente passiva e triste. Ou posso ficar louca, ricocheteando no meio" Sylvia Plath

terça-feira, agosto 28, 2007

A vida e suas escolhas.

Podia ter ficado com ele pra mim se eu quisesse, mas, como boa moça que sou, quando soube que o mocinho tinha namorada, sai pela tangente. Nada me fez mudar de idéia: inúmeros telefonemas, um casal de amigos solidários a causa, uma boa pegada antes de entrar no carro e me despedir. Não. Eu não sou desse tipo de menina que sai pegando o "moço alheio". Isso traz um puta Karma ruim. Apesar de ninguém ter pensado da mesma maneira ao pegar os meus. Okay. Eu é que não vou ser mau exemplo porque não fui criada assim.
E isso tem tanto tempo. Eu tinha longos cabelos vermelhos e ele ainda tinha ânimo de fazer surpresas pra mim no trabalho. Me escrevia e-mails gigantescos que nem sempre eu conseguia entender (quem manda sair com povo da filosofia?).
Mas, não. Não vou sair com moço comprometido Aliás, a frase exata dita por mim pra ele no Tudão foi "se eu tenho a possibilidade de comprar um pão de forma novo, porque iria pegar logo o vencido?".
Isso foi há muito tempo. E naquele tempo, já era a segunda tentativa do rapaz de estabelecer um relacionamento comigo. Ele estava, inclusive, disposto a terminar o tal namoro de duzentos anos. Mas não. Eu não sou dessas meninas que desmancham casos de amor por capricho.
Sábado vou a um almoço comemorar a formatura de uma amiga das antigas. Quando me sento no lugar reservado pra mim, ele está do meu lado. Ainda com a mesma namorada de anos atrás. Com os mesmos olhos claros e aquele nariz perfeito de quando o vi pela primeira vez em 1998. Ele me achava parecida com a Cate Blanchet e me levava morangos.
"Acossado, né?", diz olhando pro meu cabelo. É... pois é... "Ficou lindo". Vontade de te dizer que você também está lindo, mas... a namorada está do lado. Lógico que ela pergunta "de onde vocês se conhecem?" e eu começo a beber enlouquecidamente para não ser sincera...
"Comprei o filme novo do David Lynch e mandaram dois. Você quer?". Ele bem sabe o tanto que eu gosto do David Lynch. E o tanto que eu já gostei dele falar por horas sobre o David Lynch. Okay, respondo.
Ao escolher ficar sozinha há alguns anos atrás, vejo a conseqüência da minha opção. Mais um casal vive feliz (mesmo que inocentemente) nesse mundo fudido cheio de gente escrota e egoísta que só pensa no próprio umbigo.
Enquanto me entretia com os únicos dois solteiros da festa, Rodrigo, de quinze anos, e Fernanda, de treze, percebi que talvez meu bom mocismo e meu bom caráter são recompensados.
Mesmo que, nem sempre, seja da maneira que eu gostaria.

1 Comments:

  • At 6:35 PM, Anonymous Anônimo said…

    queria dizer algo, mas me embolei com muitos pensamentos.

     

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