.:: o fantástico destino de lady mi - parte 3 ::.

"Posso escolher entre ser constantemente ativa e feliz ou introspectivamente passiva e triste. Ou posso ficar louca, ricocheteando no meio" Sylvia Plath

quarta-feira, abril 25, 2007

Declaração de Amor

Existem poucas coisas na vida que são capazes de transformar meu humor. Posso me considerar uma pessoa "shining happy people", como definiria uma amiga minha ao me conhecer. Raramente estou mal humorada. Estou sempre ricocheteando entre os pólos de felicidade e tristeza absurdos. Minha tristeza é minha e tem seu glamour. E ela nunca me deixa de mau humor.
E, se tem algo que me deixa mais contente que a Polyana é a pinga. Difícil descrever o efeito que ela tem em mim. Tem gente que bebe vodka. Eu bebo pinga. Quando estou triste, quando estou alegre, pra comemorar os bons e os maus momentos, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, pra acompanhar o torresmo, misturada na cerveja... De qualquer jeito, a qualquer hora, se alguém pedir uma na mesa, não vai ficar sem companhia pra beber. Eu sou daquelas pessoas que realmente pensa que cachaça é água.
Lembro de quando tomei uma das minhas primeiras, num barzinho-inho em Itamonte, com uma amiga. Era uma pinga produzida no local e com mel. Acabei tomando muito mais de uma, ganhando a rodada de War e tomando um estabaco no portão de entrada da casa do meu avô.
Há alguns anos um amigo me trouxe de presente uma garrafinha long neck de pinga do alambique da sua família. Bebi minha garrafinha em uma sentada de bar, sem dó nenhuma. Não bastando isso, bebi a que ele havia trago pra uma amiga também. No final da noite, consegui fazer algo inédito: neguei um presente de Natal do meu namorado. E olha que eu adoro presentes. Eu compro Mac Lanche Feliz pra ganhar os brindes. O que eu acabei ganhando foi um joelho ralado no carpete da sala.
Esse fim de semana minha amiga cachaça me deu mais uma vez provas de sua amizade incondicional. Lá estava eu, numa mesa de bar com amigos que há muito eu não encontrava, quando o Paulinho olha pra mesa e exclama: "Esse torresmo tem cara de Vale Verde". Eu, do outro lado da mesa, grito animada: "Pede! Pede! Que eu também quero tomar!". O Patrick com medo de ficar invisível e a Ju nos lembrando que ainda eram cinco da tarde. Bem, nada impediu que tomassemos uma, duas, três... com cerveja, com cerveja escura, com caipirinha...
Resultado: três pessoas muito bêbadas saem do bar.
Um esperto sai às onze, insistindo em voltar a pé pra casa porque "eu moro aqui pertinho". Ele pára na barraca de cachorro quente, chega em casa por volta de uma hora, toma banho, resmunga algo pra esposa e acorda sem saber como conseguiu chegar em casa (inteiro).
Uma é convencida a ir embora do bar às duas, entrega as chaves do carro pra amiga, deita no colo do bonito no banco de trás. Pega a direção pra colocar o carro na garagem, mas demora uma hora pra colocar no som o cd que quer ouvir (a trilha sonora do filme Grease) e mais meia hora pra subir as escadas. Acorda no dia seguinte com inúmeras ligações feitas e recebidas de números desconhecidos e interurbanos e sem sabem que merda é essa de relógio de canetinha desenhado no braço.
O outro vai embora berrando pela janela "Sigam-nos" e apurrinhando a segunda por causa do som do carro que não é localizado. E, como novato no grupo, dizendo que "a galera é do caralho, véio".
No sábado, duas certezas: "Bom dia pinga amiga!" e uma puta vontade de ouvir o Juninho Bill cantando no Trem da Alegria.
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Declaração de amor - parte 2

Já ia me esquecendo de anunciar o meu novo Iggy Pop: Johnny Borrell do Razorlight. Um dos caras mais lindos que surgiu na minha vida.