.:: o fantástico destino de lady mi - parte 3 ::.

"Posso escolher entre ser constantemente ativa e feliz ou introspectivamente passiva e triste. Ou posso ficar louca, ricocheteando no meio" Sylvia Plath

domingo, janeiro 28, 2007

Nunca pedi nada demais. Só alguém que gostasse de mim e em quem eu pudesse confiar.
Só isso.
Você não só não gosta de mim e também não é digno da minha confiança. Não mais.
Foram quatro anos e meio de desculpas esfarrapadas, brigas estúpidas e uma enorme perda de tempo.
Te dei todas as chances, desculpei todas as merdas, assumi toda a culpa, fiz o papel de idiota que me ofereceram nesse relacionamento porque acreditava que você gostava de mim. E não gostava.
Te perdoei todas as vezes. Agora não mais. Nunca mais.
NUNCA MAIS.
Rompeu o último fio. Não acredito em você. Não confio em você.
O que fica é o arrependimento de ter acreditado nas suas palavras vazias, na sua pessoa vazia, nesse vazio. Nada mais.
Não tem perdão, não tem desculpas, não tem confiança, não tem nada.
Parabéns! Finalmente você conseguiu o que sempre quis: ficar sozinho.
Uma pena que para isso, foi necessário você magoar a única pessoa que se importava com você, além de você mesmo: eu.
Finalmente, o fim.
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Morre aqui
"Morrem aqui quatro anos e meio de mentiras. Porque a mentira é a pior coisa do mundo.
Morrem aqui o homem-de-lata, o leão e o espantalho, o covarde, o babaca, o escroto, o estúpido, o insensível, o egoísta sem coração.Morre um grande amor, um grande amigo.
Morre aqui a confiança, a esperança, a certeza, a crença.
Morre aqui também a dúvida, o choro, o sofrimento e a insônia.
Morrem as palavras vazias, o sexo sem amor, aquele que só é gentil quando bêbado, o que só é dócil quando com medo, as frases bonitas que não servem pra nada.
Morrem aqui quatro anos e meio. Dias de completa e devastadora perda de tempo.
O vômito que já foi paixão passa a ser de nojo. O vazio no estômago não é fome, é pânico. Horror de sentir de novo todo esse amargo na boca.
Morrem mil desculpas esfarrapadas, textinhos idiotas de "desculpa... se eu te faco mal nao e por querer. se qualquer coisa que eu fizer te faz mal por favor me fala. a ultima coida que eu quero e te fazer mal".
Morrem as merdas todas.
Morre também o perdão. Não perdôo mais nada.
Enfie essas milhares e milhares de desculpas no seu copo de vodka.
Morrem aqui cinco anos de estudo, morre aqui minha tentativa do mestrado. Morre aqui meu carro, que eu enfiei na pilastra da garagem e não vou ter dinheiro pra pagar.
Morre aqui você.
Morre aqui a palhaça do circo, a atriz dessa merda de novela mexicana. Morre aqui a mocinha otária que acreditou numa grande farsa do covarde.
Nada como remédios e Absolut.
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Eu também morro aqui.
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Estão todos convidados para o velório. "